Os 20 Elementos de Segurança de Processo e os 4 Pilares do RBPS (Risk Based Process Safety)

Os 20 Elementos de Segurança de Processo e os 4 Pilares do RBPS (Risk Based Process Safety)

A segurança de processos é crucial para qualquer indústria que lida com substâncias perigosas. O objetivo é prevenir acidentes graves, como vazamentos, incêndios e explosões, que podem resultar em danos catastróficos à vida humana, ao meio ambiente e aos negócios. O sistema de gerenciamento de segurança de processos baseado em risco (RBPS) é uma abordagem eficaz para atingir esse objetivo, promovendo uma cultura de segurança robusta e práticas de gerenciamento proativas.

O RBPS é construído sobre quatro pilares principais, que representam os princípios fundamentais para um sistema de gerenciamento de segurança de processos eficaz. Um esquema dos quatro pilares e seus respectivos elementos podem ser acessados no link.

I. Compromisso com a Segurança de Processos:

O sucesso de qualquer sistema de segurança depende do compromisso genuíno da liderança e do envolvimento ativo de todos os níveis da organização. Este pilar enfatiza a importância de:

  • Cultura de Segurança (Capítulo 3): Criar e nutrir uma cultura organizacional onde a segurança de processos seja um valor fundamental, permeando todas as decisões e ações. Isso inclui comunicação aberta, aprendizado com erros e valorização da segurança acima de outros objetivos.
  • Cumprimento das Normas (Capítulo 4): Identificar, compreender e garantir a conformidade com todas as leis, regulamentações, códigos e normas aplicáveis às operações da empresa.
  • Competência em Segurança de Processos (Capítulo 5): Desenvolver e manter o conhecimento técnico e as habilidades necessárias para operar e gerenciar os processos de forma segura. Isso inclui treinamento, desenvolvimento de procedimentos e gestão de conhecimento.
  • Participação da Força de Trabalho (Capítulo 6): Envolver ativamente os trabalhadores em todos os níveis, reconhecendo sua importância na identificação de perigos e na implementação de soluções eficazes.
  • Abrangência às partes interessadas (Capítulo 7): Estabelecer um diálogo aberto e transparente com as comunidades vizinhas, órgãos reguladores e outras partes interessadas, construindo confiança e colaboração na gestão de riscos.

II. Compreensão de Perigos e Riscos:

A gestão eficaz dos riscos exige uma compreensão aprofundada dos perigos presentes nos processos e uma avaliação precisa dos riscos associados. Este pilar destaca a importância de:

  • Gestão do Conhecimento do Processo (Capítulo 8): Coletar, documentar, manter e disponibilizar informações relevantes sobre os processos, substâncias perigosas e seus riscos. Isso inclui desde plantas de processo até folhas de dados de segurança de materiais (MSDS).
  • Identificação de Perigos e Análise de Riscos (Capítulo 9): Realizar análises de risco sistemáticas e abrangentes para identificar, avaliar e documentar os perigos potenciais e seus impactos. Isso pode envolver métodos como HAZOP, Análise de Árvore de Falhas (FTA) e Análise de Camadas de Proteção (LOPA).

III. Gerenciamento de Riscos:

Após a identificação e análise dos riscos, medidas eficazes devem ser implementadas para controlar e minimizar os riscos. Este pilar engloba os seguintes elementos:

  • Procedimentos Operacionais (Capítulo 10): Desenvolver, implementar e manter procedimentos operacionais escritos e claros que descrevam os passos para a operação segura dos processos, incluindo procedimentos para emergências.
  • Práticas de Trabalho Seguras (Capítulo 11): Estabelecer e implementar práticas de trabalho seguras para atividades não rotineiras, como manutenção, carregamento e descarregamento, trabalhos a quente, entrada em espaços confinados etc. Isso inclui a emissão de permissões de trabalho e a comunicação eficaz dos riscos.
  • Integridade e Confiabilidade de Ativos (Capítulo 12): Gerenciar a integridade e a confiabilidade dos equipamentos e sistemas críticos para a segurança, por meio de programas de manutenção preventiva, inspeções e testes periódicos.
  • Gestão de Contratadas (Capítulo 13): Assegurar que as empresas contratadas sigam os mesmos padrões de segurança da empresa contratante, realizando a seleção, contratação e acompanhamento adequados.
  • Treinamento e Garantia de Desempenho (Capítulo 14): Fornecer aos funcionários o treinamento necessário para que compreendam os perigos, os riscos e as medidas de controle, além de avaliar o conhecimento e o desempenho após o treinamento.
  • Gestão de Mudanças (Capítulo 15): Avaliar rigorosamente todas as mudanças propostas nos processos, equipamentos e procedimentos, para garantir que não introduzam novos perigos ou comprometam a segurança existente.
  • Prontidão Operacional (Capítulo 16): Garantir que os processos e equipamentos estejam em conformidade com os padrões de segurança antes do comissionamento, partida após manutenções e durante as operações.
  • Condução das Operações (Capítulo 17): Estabelecer práticas e procedimentos para garantir a operação segura e confiável dos processos no dia a dia, incluindo comunicação eficaz, gerenciamento de desvios e resposta a emergências.
  • Gerenciamento de Emergências (Capítulo 18): Desenvolver planos de resposta a emergências abrangentes, fornecer treinamento aos funcionários e realizar exercícios simulados para garantir a preparação para lidar com emergências.

IV. Aprendizado com a Experiência:

Aprender com as experiências, tanto positivas quanto negativas, é essencial para a melhoria contínua do sistema de gerenciamento de segurança de processos. Este pilar foca em:

  • Investigação de Incidentes (Capítulo 19): Estabelecer um processo estruturado para investigar todos os incidentes e quase acidentes, identificando as causas raízes e implementando ações corretivas para prevenir recorrências.
  • Indicadores de Desempenho (Capítulo 20): Definir indicadores-chave de desempenho (KPIs) para monitorar o desempenho do sistema de gerenciamento de segurança de processos, identificar tendências e áreas de aprimoramento.
  • Auditorias (Capítulo 21): Realizar auditorias internas e externas periódicas para avaliar a conformidade com os padrões de segurança, identificar deficiências e recomendar ações corretivas [18, 20].
  • Melhoria Contínua (Capítulo 22): Estabelecer um processo formal para que a gerência revise o desempenho do sistema de gerenciamento de segurança de processos, identifique áreas de aprimoramento e aloque recursos para implementação de ações corretivas [18, 21].

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